FIBROXANTOMA
ATÍPICO

É um tumor fibro-histiocítico malígno e agressivo localmente, porém raramente metastático. É um tumor raro, que clinicamente apresenta-se como nódulo em área foto-expostas principalmente na cabeça ou pescoço, em especial pavilhão auricular ou couro cabeludo de pacientes idosos, tem alta taxa de recidiva, porém com baixas taxas de metástases. Alguns autores acreditam que o fibroxantoma atípico represente a forma superficial do Sarcoma Pleomórfico Indiferenciado, outrora conhecido como Fibro-histiocitoma maligno, que acomete estruturas mais profundas, no entanto suas apresentações clínicas diferentes, justificam a distinção entre estas duas entidades. O Sarcoma Pleomórfico Indiferenciado tem um comportamento muito mais agressivo do que o Fibroxantoma Atípico.

O diagnóstico é feito através de uma biópsia de pele. Uma pequena amostra de pele é retirada pelo dermatologista e enviada ao laboratório de anátomo-patologia. Após o exame de histopatologia é necessário confirmar o diagnóstico atravé de um exame de Imunohistoquímica.
É composto por células fusiformes atípicas que aparentam células epiteliodes com figuras de mitoses atípicas e numerosas, o seu pleomorfismo e alto índice mitótico o confundem com o carcinoma espinocelular e melanomas com células fusiformes. Sua histologia é idêntica ao Sarcoma Pleomórfico Indiferenciado.

O tratamento do Fibroxantoma Atípico é cirúrgico, podendo ser realizado com cirurgia convencional radical com margens amplas, ou preferencialemente com Cirurgia Micrográfica de Mohs que permite uma rigorosa análise histopatológica das margens. Por ser um tumor raro, existem poucos estudos comparativos, mas a maioria dos estudos sugere que a cirurgia micrográfica de Mohs tenha uma taxa de cura superior á da cirurgia convencional.
Já para o Sarcoma Pleomórfico Indiferenciado, como sua agressividade é maior e normalmente invade tecidos mais profundos normalmente exige tratamento multidisciplinar e a depender de cada caso específico, pode ser indicado cirurgia convencional radical ou cirurgia micrográfica de Mohs.
Tumores muito avançados ou recidivados podem necessitar de terapias adjuvantes como a radioterapia, e a equipe médica deve avaliar individualmente cada caso.

Por permitir um maior controle histológico das margens cirúrgicas, a cirurgia micrográfica de Mohs assegura maiores taxas de cura, com menores índices de recidiva, sendo considerada por muitos autores o tratamento “padrão ouro” para este tipo de tumor, baseado em trabalhos científicos recentes.
Um trabalho apresentou 22 casos de fibroxantoma atípico tratados por Cirurgia Micrográfica de Mohs e seguidos por 3,7 anos com recorrências de 2,5% dos casos1 . Outro estudo comparativo com 45 pacientes, comparou o tratamento com Cirurgia Micrográfica de Mohs versus cirurgia convencional com margens amplas, e teve 0% de recidiva com a Cirurgia Micrográfica de Mohs, e tempo de seguimento de 29,6 meses enquanto que com cirurgia convencional obteve-se 12 % de recidiva com tempo de seguimento de 73,6 meses 2 .
O tratamento do fibroxantoma atípico via de regra é cirúrgico, preferencialmente com rigoroso controle histológico de margens cirúrgicas. Porém, casos mais avançados podem necessitar de algum tratamento adjuvante complementar como a radioterapia, em casos selecionados.

  1. Flohil SC, Van Lee CB, et.al. Mohs micrographic surgery of rare cutaneous tumours.J Eur Acad Dermatol Venereol. 2017;31(8):1285-1288.
  2. Davis JL, Randle HW, Zalla MJ, Roenigk RK, Brodland DG. A comparison of Mohs micrographic surgery and wide excision for the treatment of atypical fibroxanthoma. Dermatol Surg. 1997. 23(2):105-10.